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    PL 4614: Deputados do PT e PSDB de MS votam contra autistas e pessoas com deficiência

    Deputados de Mato Grosso do Sul votam a favor de PL que endurece regras do BPC, prejudicando autistas e pessoas com deficiência

    Deputados de PT e PSDB de Mato Grosso do Sul votaram a favor da PL 4614 2024 | Imagem: Montagem Fato67

    O Projeto de Lei 4614/2024, que propõe mudanças significativas no Benefício de Prestação Continuada (BPC), tem gerado uma onda de indignação em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil. Aprovado na Câmara dos Deputados, o texto endurece os critérios para a concessão do benefício, impactando diretamente pessoas com deficiência, incluindo autistas, pessoas com trissomia 21 e idosos em situação de vulnerabilidade.

    Entre os parlamentares sul-mato-grossenses que apoiaram o projeto estão:

    PSDB:
    – Beto Pereira
    – Dagoberto Nogueira
    – Geraldo Resende

    PT:
    – Camila Jara
    – Vander Loubet

    A decisão desses deputados tem sido amplamente criticada por entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência e especialistas da área.

    O que muda com o PL 4614/2024?

    O projeto endurece os critérios de renda per capita familiar para a concessão do BPC, além de incluir exigências mais rígidas para comprovação de necessidade. A proposta também redefine o conceito de “pessoa com deficiência”, limitando o reconhecimento à incapacidade para a vida independente e para o trabalho, o que desconsidera as particularidades de condições como o autismo e outras deficiências.

    De acordo com a advogada Michelly Siqueira, especialista em direitos das pessoas com deficiência, o PL representa um retrocesso:

    “O projeto desfigura o conceito constitucional de pessoa com deficiência, reconhecido pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), incorporada à nossa Constituição. Isso reforça a exclusão e fere o princípio da dignidade humana.”

    Impacto nas famílias

    O BPC é uma fonte de renda fundamental para inúmeras famílias que enfrentam desafios econômicos e sociais. Especialistas alertam que as mudanças propostas podem excluir pessoas que, mesmo em condições de vulnerabilidade, não atendam aos novos critérios, aumentando a desigualdade e o desamparo social.

    Dr. Thiago Castro pediatra especialista em TEA | Foto: Reprodução Instagram

    O pediatra Thiago Castro, especialista em autismo, expressou sua indignação nas redes sociais:

    “Retirada do BPC para autistas nível 1, pessoas com trissomia 21 e outras deficiências. Perdemos uma batalha, mas ainda podemos vencer a guerra no Senado. Precisamos pressionar os senadores para vetarem essa parte do texto!”

    Reações em Mato Grosso do Sul

    A votação favorável dos deputados sul-mato-grossenses Beto Pereira, Dagoberto Nogueira, Geraldo Resende, Camila Jara e Vander Loubet gerou críticas intensas nas redes sociais e entre organizações locais. Grupos de defesa dos direitos das pessoas com deficiência afirmam que a decisão demonstra insensibilidade às necessidades da comunidade.

    Um movimento contrário à aprovação do PL está ganhando força. Campanhas como “Salvem o BPC” destacam que o benefício não é um favor, mas um direito constitucional. Ativistas pedem mobilização popular para pressionar o Senado a vetar os trechos mais prejudiciais do projeto.

    Próximos passos

    Com a aprovação na Câmara, o PL 4614/2024 segue para o Senado Federal, onde ainda pode ser alterado ou vetado. Organizações e especialistas prometem intensificar a pressão sobre os senadores para que o texto não avance na forma atual.

    A indignação cresce, mas a luta ainda não terminou. Como declarou a advogada Michelly Siqueira:

    “Este é um momento de união para proteger os direitos das pessoas mais vulneráveis. O BPC é um pilar de dignidade que não pode ser negociado.”

    O que está em jogo?

    Se aprovado pelo Senado, o PL poderá aumentar a exclusão social e prejudicar famílias que dependem do BPC para sobreviver. A expectativa agora recai sobre os senadores, que têm a responsabilidade de impedir que um direito constitucional seja enfraquecido em nome de critérios mais restritivos e excludentes.

    Danielle Andréa
    Danielle Andréa
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