Partido terá em Mato Grosso do Sul apenas R$ 9 milhões para todo o Estado no Fundo Partidário
Mais de 120 candidaturas serão lançadas pelo PL de Mato Grosso do Sul em 2024, entre nomes para prefeito, ou vereadores. Um grupo que terá que dividir entre si a modesta quantia de R$ 9 milhões na campanha. Condição que para o presidente da sigla no Estado, significa uma “jornada de fé” e “compromisso ideológico”.
“Bolsonaro foi eleito sem ter dinheiro, Nicolas foi eleito sem ter dinheiro, e eu também, assim como vários da direita. A nossa aliança é com o povo, com quem deseja um novo Brasil, e o PL de Mato Grosso do Sul dará todo apoio a quem nos representar, mas não teremos campanhas caras. Já adianto que virá, aproximadamente, R$ 9 milhões para ser repartido com todos os nossos candidatos”, informa o deputado federal Marcos Pollon, presidente regional do partido, sobre a quantia que poderá ser bem menor que a de partidos adversários.
Capital político de quase um milhão de simpatizantes
No Estado inteiro, estima-se que o capital político do ex-presidente seja de pelo menos 800 mil simpatizantes, número que determinou ao PL, uma votação expressiva no último pleito. Marcos Pollon, por exemplo, foi eleito com 103.111 votos, o único a superar a marca de seis dígitos nas urnas, entre os que disputaram o cargo de deputado federal.
Para canalizar, neste ano, o sucesso regional da direita de 2022 – apesar de Bolsonaro não ter sido reeleito – o caminho é de se escolher bem os representantes dessa linha política nas futuras candidaturas a prefeito e a vereadores. Determinação que, pelo menos no PL-MS, não deve ser veloz como nos demais partidos, tudo por conta dos critérios de seleção.
O filtro, conforme já destacou Pollon, será a fidelidade do interessado à Jair Bolsonaro, e a expressão nisso no respeito ao decálogo do PL. Entretanto, além disso, também outro ponto terá papel crucial para a autorização de acesso a uma vaga da sigla: o histórico de vida.
“Se for uma pessoa honesta, de direita, com posicionamento claro em favor do Bolsonaro, e estiver disposto a essa jornada de fé, daremos a oportunidade. Precisaremos ter certeza do compromisso ideológico da campanha”, indica Pollon, que exigirá dos pré-candidatos oficiais o respeito ao “Decálogo do PL”
O presidente do partido em Mato Grosso do Sul aponta que, mesmo dando autonomia aos diretórios municipais, não irá tolerar o lançamento de candidaturas de pessoas que já tenham sido condenadas em processos judiciais, que estejam investigadas por corrupção ou que tenham uma trajetória pregressa de parceria com a esquerda.
E na Capital?
Para Campo Grande, a cartilha é a mesma, onde o PL deve lançar até 30 candidatos a vereador, após o “resolvido” na sua convenção, evento sem uma data agendada. Quanto aos caminhos de uma eventual disputa majoritária, nenhuma pressa. O partido possui nomes bem conhecidos no Estado e deve atrair também destaques da direita, o que torna como possível a construção de uma chapa de candidatos a prefeito e vice da sigla.
Lançar ou não uma chapa, neste sentido, ainda depende de avaliações internas de Marcos Pollon, bem como de outras lideranças do PL. Processo, que também precisaria de Jair Bolsonaro “bater o martelo”, uma vez que, o ex-presidente pretende eleger prefeitos do partido em 14 capitais brasileiras. A tese de entrar na campanha com um projeto próprio e sem coligação é defendida nos bastidores pelo presidente regional da sigla.
“Somente com essa hipótese sendo esgotada, é que o PL de Mato Grosso do Sul avaliará para Campo Grande, qual postura adotar”, lembra Pollon. A contar pelo último pleito, Bolsonaro obteve 278.642 votos, densidade nas urnas que a partir de uma boa estratégia de transferência poderia indicar um candidato altamente competitivo à prefeitura da Capital.
Em 66, das 79 cidades do Estado, Bolsonaro venceu nas últimas eleições, sendo Mato Grosso do Sul, um dos lugares em que o Ex-Presidente da República tem maior força. Expressão que pode ser significativa para um aumento da sua representatividade de aliados nas Câmaras Municipais e Prefeituras, hoje estranhamente registrado em menos de 1% dos atuais detentores de mandato nessas esferas.