O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) se manifestou com firmeza contra o julgamento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) no Supremo Tribunal Federal (STF), classificando o caso como mais um exemplo do que chamou de “novela de terror absurda” e atacando diretamente a postura do Senado Federal diante do avanço do Judiciário sobre outros poderes.
Segundo Pollon, o julgamento de Zambelli é reflexo de um desequilíbrio institucional causado por um Senado “permissivo” e, segundo ele, em grande parte “covarde”.
“Ela é um sintoma do enfraquecimento das instituições que decorre de um Senado permissivo e, em maioria das vezes, covarde até. Com raríssimas e honrosas exceções”, disse.
O parlamentar sul-mato-grossense não poupou críticas aos senadores, a quem atribuiu omissão diante do ativismo judicial. Para ele, a Casa Alta tem falhado em sua função constitucional de modular os poderes da República e de resguardar o equilíbrio entre os Três Poderes:
“Infelizmente, há naquela casa, responsável por estabelecer o equilíbrio, uma maioria de pessoas comprometidas criminalmente ou desprovidas do mínimo de coragem de realizarem a sua função principal, que é proteger a Constituição.”
Pollon é um dos principais nomes da bancada conservadora no Congresso Nacional e tem atuado em defesa de pautas bolsonaristas, especialmente nas áreas de segurança, liberdade de expressão e equilíbrio entre os Poderes. Sua crítica vem no momento em que o Supremo já formou maioria para condenar Zambelli a 10 anos de prisão, além da perda do mandato e da inelegibilidade, por envolvimento com o hacker Walter Delgatti na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A fala de Pollon reforça o clima de tensão entre Legislativo e Judiciário, acentuado desde os atos de 8 de janeiro de 2023 e agravado por decisões do STF envolvendo parlamentares de direita. No campo político, a posição do deputado visa consolidar sua imagem como defensor das liberdades e crítico do que classifica como excessos do Judiciário.
A expectativa é de que outros membros do PL e da base bolsonarista se manifestem nos próximos dias, intensificando o embate entre os Poderes e pressionando o Senado a adotar uma postura mais ativa diante das decisões do STF.