Diante da alta de casos de doenças respiratórias, superlotação hospitalar e falta de leitos, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), decretou situação de emergência na Saúde pública do município. O decreto será publicado neste sábado (26) e terá validade inicial de 90 dias, com o objetivo de agilizar ações de enfrentamento à crise sanitária.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, a decisão foi tomada devido à situação epidemiológica crítica que a cidade enfrenta. “A tendência é de que o crescimento de casos se mantenha nas próximas semanas. Se não conseguirmos mitigar, controlar e eliminar, os números devem continuar subindo”, alertou.
Ainda de acordo com a secretária, a cidade já enfrenta sobrecarga nos hospitais e não há mais leitos disponíveis. O tempo médio de internação dos pacientes, que varia entre cinco e dez dias, também pressiona ainda mais o sistema de saúde.
Com o decreto de emergência, a Prefeitura poderá flexibilizar normas sanitárias e de vigilância, como a redução da distância mínima entre os leitos e a ampliação do número de pacientes por médico nas unidades de terapia intensiva (UTIs). A medida é semelhante às adotadas durante a pandemia da Covid-19.
“Em uma situação de emergência, podemos, de forma ética e legal, aumentar a quantidade de pacientes atendidos, flexibilizando as regras da Anvisa”, explicou Rosana. “Hoje, por exemplo, a regra é de um médico para cada 10 pacientes no CTI, mas em situação emergencial podemos rever esses números, sempre com avaliação técnica.”
A expectativa é que, com as medidas, o município consiga enfrentar o aumento na demanda hospitalar e conter o agravamento da crise sanitária.