Uma ação conjunta do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e da Polícia Federal (PF) resultou na apreensão de R$ 79 mil em dinheiro, além de armas e munições, e na prisão de dois suspeitos em Ivinhema
A operação, batizada de “Contrafação”, foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (30) e faz parte de uma investigação coordenada pela 1.ª Promotoria de Justiça de Ivinhema, com o objetivo de combater crimes de ocultação de bens e uso de documentos falsificados.
O Ministério Público do Estado (MPMS) informou que foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em residências, além de um mandado específico para apreensão de um veículo. Entre os presos está o proprietário de uma garagem de automóveis, detido por posse de arma de fogo. A operação também apreendeu uma caminhonete de luxo com histórico de propriedade ligado ao prefeito Juliano Ferro (PSDB), figura pública conhecida em redes sociais, onde possui mais de 760 mil seguidores no Instagram.
Investigação sobre Veículos e Falsificação de Documentos
Conforme apuração, uma caminhonete de luxo, antes registrada em nome do prefeito Juliano Ferro e de um empresário local, foi transferida para dois policiais militares em junho de 2023, em uma operação que utilizou documentação falsificada. O Detran de Maracaju registrou a transferência, ainda que o suposto proprietário do veículo tivesse falecido há mais de três anos, reforçando a suspeita de fraude documental.
O prefeito, que também é influencer, está sendo investigado por ocultação de patrimônio. Documentos obtidos pela investigação apontam que Ferro teria a posse de dois veículos de luxo, avaliados em aproximadamente R$ 800 mil, que não foram declarados no registro de bens de sua candidatura à reeleição em 2024. Entre os veículos suspeitos estão uma Chevrolet Silverado e uma Dodge Ram. Em sua declaração à Justiça Eleitoral, o prefeito listou apenas três veículos: um Gol de R$ 26 mil, um Uno Mile de R$ 20 mil e uma caminhonete F1000 de R$ 50 mil.
Defesa do Prefeito
Em resposta ao Jornal Midiamax, Juliano Ferro comentou que já prestou depoimento à Polícia Federal e justificou a ausência dos veículos de luxo em sua declaração de bens. Segundo ele, a Dodge Ram não foi incluída pois já havia sido vendida antes do registro. Em relação à Silverado, Ferro declarou que a compra foi feita de um investigado cujo documento do veículo ainda não estava liberado, estando previsto para ser resolvido em dezembro, enquanto o pagamento seria realizado em janeiro.
A investigação segue em curso, e o MPMS informou que continuará analisando documentos e coletando depoimentos. O prefeito Juliano Ferro garantiu estar cooperando com as autoridades.