O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges (PSB), conhecido como Carlão, decidiu arquivar dois pedidos de cassação do mandato do vereador licenciado Claudinho Serra (PSDB).
A decisão foi baseada no parecer do procurador-geral da Câmara, Gustavo Lazzari, que argumentou que os crimes de corrupção e organização criminosa pelos quais Serra é réu foram cometidos antes de sua posse como vereador.
Claudinho Serra foi preso por 23 dias, acusado de comandar um esquema de corrupção enquanto era Secretário Municipal de Finanças, Tributação e Gestão Estratégica em Sidrolândia. No entanto, Carlão afirmou que, segundo o parecer jurídico, Serra não quebrou o decoro parlamentar, pois os atos ilícitos ocorreram fora do seu mandato na Câmara de Campo Grande.
“Dentro do mandato, Claudinho não fez nada de errado como vereador”, reforçou Carlão, destacando que o Conselho de Ética só poderia agir se os crimes tivessem sido cometidos durante o mandato parlamentar.
O parecer do procurador-geral da Câmara não considerou que Serra está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e virou réu pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha. Esses fatos, somados à delação premiada do ex-chefe de Compras de Sidrolândia, Tiago Basso da Silva, que revelou detalhes do esquema de corrupção, têm afetado negativamente a imagem da Câmara perante a opinião pública em Campo Grande. Isso pode influenciar a votação dos vereadores nas próximas eleições, marcadas para 6 de outubro.
Elenilton Dutra de Andrade, empresário e autor do primeiro pedido de cassação de Claudinho Serra (o segundo foi feito pelo Partido Novo), criticou a decisão da Câmara em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Ele expressou indignação pelo arquivamento dos pedidos, destacando que Serra está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e teve mais de R$ 103 milhões bloqueados pela Justiça. “Ele está em todos os sites desmoralizando aquela Casa de Leis”, afirmou Elenilton.
Elenilton Dutra conclamou os eleitores de Campo Grande a reagirem nas urnas, não votando nos atuais vereadores. “Campo Grande, acorda, vamos dar a resposta nas urnas em outubro. Todos esses vereadores não servem para representar Campo Grande”, criticou o empresário, acusando a Câmara de acobertar um dos seus membros por motivos partidários.
A decisão de Carlão de arquivar os pedidos de cassação de Claudinho Serra, com base no parecer jurídico que desconsidera atos cometidos antes do mandato.
