O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), vice-presidente da Comissão de Agricultura (CAPADR), solicitou a convocação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edgar Pretto, para esclarecimentos na Câmara dos Deputados.
A convocação, realizada na última quinta-feira (20), tem como objetivo investigar a tentativa de realização de um leilão para a importação de arroz.
“Queremos saber de quem partiu a iniciativa do leilão, investigar a origem dos recursos, a transparência nos processos de compra e possíveis fraudes”, declarou Nogueira. A presença de Paulo Teixeira está agendada para o dia 3 de julho.
Segundo informações do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a Conab foi a responsável por homologar o leilão.
No entanto, produtores do Rio Grande do Sul e entidades como a Federarroz, representada por seu presidente Alexandre Velho, afirmaram que “não existe qualquer problema quanto ao abastecimento ou uma necessidade urgente de importação”. Essa posição foi reiterada após o presidente da República mencionar a possibilidade de importar arroz de outros países.
Em resposta às controvérsias, Edgar Pretto solicitou à Corregedoria-Geral da estatal a abertura de um processo de averiguação dos fatos relacionados ao leilão. O objetivo é identificar os responsáveis pelas possíveis irregularidades que levaram ao cancelamento do leilão pelo governo federal.
“A própria Conab já havia informado que a demanda interna poderia ser suprida pela produção nacional, ou seja, o Ministério da Agricultura não ouviu os critérios técnicos para efetuar esse leilão”, criticou Nogueira. Ele questionou ainda a exoneração de Neri Geller, ex-secretário da Casa Civil, sugerindo que ele poderia ter sido demitido para proteger outras figuras do governo.
O deputado também mencionou uma Notícia Crime apresentada pelo deputado Marcel Van Hatter (Novo-RS) à Advocacia-Geral da União (AGU), que expõe o modus operandi do leilão.
Esses esclarecimentos são considerados essenciais para garantir a transparência e a confiança do setor agrícola nas ações governamentais, especialmente em um momento crítico para os produtores do Rio Grande do Sul. “Os esclarecimentos dos fatos são aguardados por toda a cadeia produtiva do arroz e pela sociedade brasileira”, concluiu Nogueira.