Mantido sob sigilo, o documento, produzido em 5 de janeiro, falava sobre os preparativos em curso para um atentado contra as instituições em Brasília
Um relatório de inteligência da Força Nacional alertou sobre a possibilidade de atos violentos em Brasília contra o resultado das eleições no dia 8 de janeiro, informou a Folha de S. Paulo.
Mantido sob sigilo, o documento, produzido em 5 de janeiro, falava sobre os preparativos em curso para um atentado contra as instituições no dia 8 de janeiro, indicando a existência de uma “associação extremista criminosa com motivações político-ideológicas”.
Como publicou o jornal, o relatório apresentava uma série de mensagens trocadas em um grupo de WhatsApp, com 237 pessoas, no qual alguns integrantes instigavam os demais a participarem de um ato em Brasília com a utilização de armas de fogo e explosivos artesanais.
“No grupo em discussão, percebemos vários diálogos onde integrantes instigam os demais a participarem de um ato que ocorrerá em Brasília no próximo dia 08 de janeiro do corrente ano, não de forma pacífica, mas com o uso de violência mediante a utilização de armas de fogo, bem como explosivos artesanais”, disse o texto.
Segundo a Força Nacional, os participantes do grupo no WhatsApp —a maioria caçadores, atiradores e colecionadores— também trocaram entre si informações sobre a fabricação de armamentos.
“No informe apresentado, em sua grande maioria, os membros do grupo mostram insatisfação com a nova Administração Federal e com as medidas tomadas recentemente, que mudaram as regras de posse e porte de armas em todo o território nacional”, afirmou o relatório.
“Por esse motivo, alguns membros supostamente fizeram postagens que mencionam fazer a fabricação e uso de explosivos em manifestações que estão sendo planejadas, segundo os mesmos, para acontecer em Brasília”, acrescentou.
A Folha informou que a existência do relatório de inteligência é conhecida desde janeiro, mas o acesso ao documento tem sido negado pela Força Nacional. A CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal também pediu uma cópia do texto, mas não obteve sucesso.