Informações de bastidores indicam que as negociações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador Eduardo Riedel (PSDB) e a ministra Simone Tebet (MDB) estão em estágio avançado. O acordo, que conta com a mediação do deputado federal Vander Loubet (PT), pode selar o apoio do tucano à candidatura de Simone ao Senado em 2026
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De acordo com uma fonte próxima à cúpula do Parque dos Poderes, o cenário real é diferente do discurso público. “O que Vander diz sobre ser pré-candidato ao Senado não passa de teatro. Ele sabe que sua candidatura é inviável, dada a alta rejeição do PT no estado”, revelou a fonte.
A estratégia é clara: com Lula e Riedel no mesmo palanque, Simone surge como uma figura de centro-esquerda mais aceitável ao eleitorado sul-mato-grossense. Além disso, o apoio de Lula fortalece a articulação, enquanto Riedel, com a chave dos cofres do estado, complementa a equação política.
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Família Tebet: o eixo da aliança
Atualmente, Eduardo Rocha, esposo de Simone Tebet, ocupa o cargo de secretário da Casa Civil no governo Riedel, uma das pastas mais estratégicas do estado. Isso reforça o peso da família Tebet nas decisões de governo. “Os Tebet têm controle sobre as articulações mais importantes do Executivo estadual”, disse a mesma fonte.
A força política de Simone Tebet também é vista como um trunfo. Embora tenha ficado em terceiro lugar no estado na eleição presidencial de 2022, com 79.719 votos, a ministra é percebida como uma opção mais viável que o PT, que enfrenta resistência histórica no Mato Grosso do Sul. Naquele ano, Lula obteve 588.323 votos no primeiro turno, evidenciando o potencial de alianças amplas na região.
Acordo contraditório
Riedel, que em 2022 construiu sua imagem como o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agora caminha em terreno delicado. A aliança com Lula e Simone exigirá um malabarismo político: fazer “o L” com uma mão e manter a “arminha” com a outra.
Essa contradição, no entanto, reflete o pragmatismo do governador. Ao apoiar Simone, Riedel busca fortalecer sua base e ampliar seu alcance político em 2026, mesmo que isso signifique contrariar parte do eleitorado conservador que o elegeu.
Nos bastidores, a cúpula petista vê com bons olhos a possibilidade de reeleição de Simone. O apoio de Lula e de Riedel é visto como essencial para consolidar sua candidatura ao Senado. A aliança, se concretizada, pode redesenhar o cenário político do estado, colocando figuras de centro-esquerda em uma posição estratégica para enfrentar a oposição.