Disputa pelo Senado em 2026 já movimenta bastidores da política de MS

Com o encerramento das eleições municipais de 2024, os holofotes da política sul-mato-grossense começam a se voltar para o próximo pleito de 2026. Na ocasião, estarão em jogo duas cadeiras para o Senado e oito para a Câmara dos Deputados, e os possíveis candidatos já movimentam articulações e especulações nos bastidores.
Entre os nomes que despontam na corrida ao Senado, o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) é dado como certo para disputar uma das vagas. Recentemente, o cenário político ganhou outros dois possíveis postulantes: os deputados estaduais Gerson Claro (PP) e Coronel David (PL), ambos aliados de Azambuja e com perfis que os colocam como opções competitivas.
No entanto, a movimentação de Azambuja rumo ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, pode alterar drasticamente a configuração desse grupo político. Caso o ex-governador assuma o comando da legenda no Estado, será difícil para o partido lançar uma chapa pura ao Senado, limitando as chances de Coronel David na disputa dentro da mesma sigla.
Engenharia política em jogo
Embora Coronel David e Gerson Claro evitem declarações diretas sobre suas pretensões, o burburinho nos bastidores cresce. Ambos teriam de enfrentar desafios internos para viabilizar suas candidaturas.
No caso de Coronel David, a opção de migrar para o PP é uma possibilidade estratégica, caso Reinaldo Azambuja consolide sua liderança no PL. Contudo, a legislação eleitoral limita trocas partidárias para deputados fora da janela partidária, o que tornaria a mudança uma operação política complexa.
Já Gerson Claro enfrenta outro obstáculo: convencer a senadora Tereza Cristina (PP) a respaldar sua candidatura dentro do partido. A parlamentar, em recente entrevista, destacou que o PP dispõe de diversas opções para 2026. “Eu nem sabia que tinha tanto candidato ao Senado aqui no Estado pelo PP”, brincou.
Coronel David como força da direita
Caso consiga viabilizar sua candidatura, Coronel David pode emergir como o principal nome da direita em Mato Grosso do Sul, especialmente após a queda de influência de Capitão Contar (PRTB). O ex-deputado, que chegou a ser cotado como figura de destaque no campo bolsonarista, enfraqueceu-se politicamente após as eleições municipais de 2024, nas quais nenhum de seus candidatos a vereador em Campo Grande foi eleito.
Além disso, o apoio de Contar à candidatura de Rose Modesto (UB), ao lado do PT, contrariou a posição de Bolsonaro, que endossou a reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP). Essa decisão gerou críticas dentro do campo conservador e diminuiu a força de Capitão Contar como representante da direita no Estado.
Cenário ainda incerto
Com dois anos pela frente até o pleito de 2026, o cenário político em Mato Grosso do Sul permanece aberto. Tanto Gerson Claro quanto Coronel David terão de consolidar apoios e superar desafios internos em suas respectivas legendas. Ao mesmo tempo, Reinaldo Azambuja surge como uma peça-chave nessa disputa, não apenas pela força de sua candidatura, mas também pela capacidade de reorganizar o tabuleiro político estadual.
Seja qual for o desfecho, o pleito promete intensas negociações e uma forte disputa pela representação de Mato Grosso do Sul no Senado.