A senadora de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP), apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) no Congresso Nacional com o objetivo de impedir a criação do chamado “IBGE paralelo”, uma fundação controversa vinculada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
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A iniciativa busca garantir a legalidade e a autonomia do IBGE, que, segundo a senadora, tem sido desrespeitada com a fundação IBGE+, criada sem a autorização legislativa necessária e sem alinhamento com a estrutura institucional do Brasil.
A fundação IBGE+, criada em 2024, foi instituída como uma fundação pública de direito privado, com vínculo ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em contraste com o IBGE, que está vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento. A proposta de Tereza Cristina visa evitar que a criação do órgão paralelo prejudique a credibilidade e a independência do IBGE, essencial para a produção de estatísticas oficiais no país.
Em apoio ao projeto, a Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP) se manifestou, destacando a importância da proposta para garantir a transparência e a qualidade dos serviços prestados pelo IBGE. A CNSP enfatizou a necessidade de proteger a autonomia do instituto, fundamental para o planejamento público e a elaboração de políticas baseadas em dados confiáveis.
O contexto de insatisfação no IBGE, exacerbado pela criação da fundação IBGE+, reflete uma crise interna que se intensificou após investigações sobre possíveis irregularidades envolvendo servidores e consultorias privadas dentro do instituto. Recentemente, a presidência do IBGE divulgou um comunicado detalhando investigações sobre um possível uso indevido de recursos e conflitos de interesse, o que gerou ainda mais tensões no ambiente de trabalho.
Diante desse cenário, a criação do IBGE+ é vista como uma tentativa de minar a autoridade do IBGE, provocando um movimento de resistência entre servidores e até exonerações dentro da fundação, que ainda está em processo de estruturação. O PDL de Tereza Cristina busca, assim, garantir que a governança do IBGE permaneça dentro dos parâmetros legais e constitucionais, evitando que ações paralelas comprometam sua função essencial.