Recentemente, um caso envolvendo um pai, identificado como Kelver de Miranda, de 32 anos, ocorrido na Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, em Campo Grande, tem gerado grande comoção em âmbito nacional. Relatos iniciais sugeriram que Miranda teria “agredido” uma criança de 4 anos após ela abraçar seu filho na escola, sendo acusado de racismo e associado ao nazismo, além de ser eleitor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
Diante das versões apresentadas pelas autoridades e testemunhas, é essencial uma análise criteriosa dos fatos. Segundo relatos oficiais, o pai do aluno alegou que seu filho tem fobia de abraços e que ele estava agindo para protegê-lo, após solicitar à professora e à diretora da escola que afastassem a menina, sem sucesso. Nesse contexto, ele teria agido no calor da emoção, empurrando a criança para afastá-la, mas sem a intenção de feri-la.
As investigações preliminares descartaram o crime de racismo, concentrando-se na averiguação da ocorrência como uma contravenção de vias de fato. As imagens disponíveis não permitem concluir de forma inequívoca se houve agressão física ou apenas um afastamento brusco.
É fundamental analisar as diferentes narrativas apresentadas pela mídia, a fim de evitar julgamentos precipitados, injustos e linchamentos morais. Diversas reportagens sugerem uma associação direta entre o agressor e o ex-presidente Jair Bolsonaro, baseadas em postagens antigas em redes sociais. Essas associações, embora possam ser tentadoras para alguns, devem ser examinadas com cuidado, pois não oferecem uma visão completa e equilibrada do indivíduo em questão.
Embora as publicações divulgadas contenham imagens e discursos polêmicos, é necessário contextualizá-las antes de atribuir conclusões precipitadas. A publicação de 2018 que contém a suástica nazista por exemplo, que foi amplamente utilizada por parte da mídia para fazer uma suposta associação do indivíduo ao regime criminoso de Hitler, não reflete necessariamente as convicções pessoais do indivíduo, mas sim um repúdio a afirmações consideradas injustas contra o então candidato a presidência Jair Bolsonaro.
Além disso, a aparência física de Miranda e sua suposta relação com uma mulher negra, conforme observado em fotos divulgadas em redes sociais, desafia a narrativa simplista de racismo. Esses detalhes adicionais podem lançar luz sobre a complexidade do caso e destacar a importância de não tirar conclusões precipitadas com base em informações superficiais.
Vale ressaltar que, embora as imagens do incidente sejam perturbadoras para grande parte das pessoas, elas por si só não fornecem todo o contexto necessário para entender completamente o que ocorreu naquele momento. Relatos oficiais indicam que Miranda agiu no calor da emoção, alegando que seu filho tem fobia de abraços e que ele estava tentando protegê-lo. Não se sabe ainda se o filho de Kelver sofre de algum transtorno não diagnosticado.
É sabido que crianças com TEA é podem sofrer de fobias sociais e serem aversas a algum tipo de afeto e contato físico, por exemplo.
Nesse sentido, é fundamental destacar a importância da presunção de inocência e do direito à defesa, pilares fundamentais do Estado de Direito. Julgamentos precipitados e disseminação de informações equivocadas podem inflamar sentimentos de indignação e alimentar o justiçamento pelas próprias mãos, prejudicando não apenas os envolvidos diretamente, mas também a sociedade como um todo.
O caso de Kelver de Miranda serve como um lembrete contundente da necessidade de cautela e responsabilidade na forma como lidamos com situações delicadas como essa. Mais do que nunca, é essencial que a busca pela verdade e pela justiça seja guiada pelo respeito aos princípios éticos e jurídicos que regem nossa sociedade.