A violência contra a mulher é um dos desafios mais graves enfrentados pela sociedade e tem impactos diretos na saúde pública. Esse foi o tema no central no JD1TV do programa “Saúde e Bem-Estar” desta sexta-feira (14), que contou com a participação das advogadas Dra. Kelly Bernardo, vice-presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica da OAB, e Dra. Ana Arminda, secretária da mesma comissão. Ambas destacaram a necessidade de ampliar o debate sobre as diversas formas de violência que atingem as mulheres, especialmente a violência psicológica, muitas vezes invisibilizada.
Dra. Ana Arminda enfatizou que, embora o feminicídio e as agressões físicas sejam mais evidentes, a violência psicológica é uma realidade que destrói a saúde mental e emocional das vítimas. “Muitas mulheres vivem sob constante opressão dentro de casa, sendo desvalorizadas e humilhadas, o que compromete sua autoestima e pode desencadear transtornos graves como depressão, ansiedade e estresse crônico”, alertou a advogada.
Os impactos dessa violência não se restringem ao emocional. Estudos indicam que mulheres submetidas a situações de abuso psicológico podem desenvolver sintomas físicos como dores crônicas, cefaleia persistente, insônia, palpitações e queda da imunidade, comprometendo sua qualidade de vida e bem-estar.
Outro aspecto crucial abordado no debate foi o papel da rede de saúde na identificação de vítimas de violência. Dra. Ana Arminda ressaltou a importância da capacitação de profissionais da área, como médicos, dentistas e ginecologistas, que têm contato direto com essas mulheres e podem perceber sinais sutis de abuso. “A presença constante de um companheiro controlador nas consultas, a reincidência de doenças sexualmente transmissíveis e problemas ginecológicos são indicativos de uma possível situação de violência”, explicou.
Diante desse cenário, as especialistas reforçaram a necessidade de ampliar o acesso a informação, fortalecer a rede de apoio às vítimas e incentivar a denunciação de agressores. “O combate à violência contra a mulher não pode se restringir apenas à justiça criminal, mas deve envolver toda a sociedade, desde a prevenção até o acolhimento dessas mulheres”, concluiu Dra. Ana Arminda.
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