O vereador Rafael Tavares (PL) resolveu se lançar como opção ao Senado em 2026, mas esqueceu um pequeno detalhe: consultar Jair Bolsonaro. Segundo fontes do PL, o ex-presidente teria recebido a notícia com indignação e, em tom de incredulidade, teria dito que “desconhece esse rapaz”.

A reação de Bolsonaro não surpreende. No dia 18 deste mês, o site Quadro Geral publicou uma matéria na qual Tavares, com a empolgação de quem teria o prestígio de Bolsonaro (só que não), se colocou “à disposição” para disputar o cargo de senador. O próprio vereador compartilhou a a imagem da reportagem em seu Instagram, talvez na expectativa de que um movimento espontâneo da direita o levasse nos braços até Brasília.
Só que há um pequeno problema: Bolsonaro já tem sua candidata ao Senado, e o nome dela é Gianni Nogueira. Ou seja, Tavares, mais uma vez, agiu como um insubordinado dentro do partido, ignorando as diretrizes do ex-presidente e criando seu próprio roteiro político — que, ao que tudo indica, não tem aprovação nem relevância dentro do PL.
Insistência no erro
Essa não é a primeira vez que Tavares se coloca na contramão das decisões bolsonaristas. Durante as eleições de 2024, quando disputava uma vaga na Câmara de Campo Grande, ele demonstrou apoio a Pablo Marçal na corrida pela prefeitura de São Paulo, indo contra a indicação direta de Bolsonaro, que estava ao lado do atual prefeito Ricardo Nunes.

Agora, ao tentar se lançar ao Senado sem sequer avisar Bolsonaro, o vereador se arrisca a cavar um fosso ainda maior dentro do partido. A pergunta que fica é: Tavares age por ingenuidade política ou está testando até onde pode ir antes de ser colocado de vez no banco de reservas do bolsonarismo?
O fato é que, no jogo político, um lance desses pode custar caro. E, pelo visto, Bolsonaro já apitou o impedimento.