Refletindo sobre como inaugurar esta coluna, decidi abordar como a fé e o propósito se manifestam em nosso cotidiano, impactando a realidade de forma tão profunda que chegam a influenciar eventos de importância histórica. Diante do evento de destaque da semana – a posse do presidente dos Estados Unidos –, observei elementos que transcendem a política e tocam o campo da fé e do propósito.
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Foto: Reprodução / Redes sociais
Primeiramente, em seu discurso, o presidente fez questão de mencionar o atentado que sofreu, atribuindo sua “salvação” e o propósito de ter sido salvo a Deus: “Fui salvo por Deus para tornar os Estados Unidos grande novamente.”
Durante seu juramento de posse, duas Bíblias repousavam ao seu lado: uma, presente de sua mãe, e outra usada por Abraham Lincoln em 1861, o presidente que conduziu os Estados Unidos em meio à turbulenta Guerra Civil. Esse simbolismo não é casual; é uma tradição enraizada na influência do cristianismo sobre as bases culturais e políticas dos Estados Unidos.
A cena carrega um significado que vai além do simbolismo religioso. A presença da palavra sagrada, o gesto de jurar sobre ela e a invocação de valores que orientam a nação desde sua fundação, demonstram como a fé esteve presente desde as origens, nos dias em que as Treze Colônias proclamaram sua independência. Naqueles tempos desafiadores, líderes como George Washington e Thomas Jefferson foram guiados por princípios cristãos. As reuniões dos pais fundadores frequentemente incluíam a leitura de passagens bíblicas e momentos de oração.
“É impossível governar bem o mundo sem Deus e sem a Bíblia” – George Washington
O cristianismo não apenas moldou o caráter dos fundadores, mas também inspirou futuros presidentes da nação. Dono de uma das Bíblias usadas no juramento do presidente, Abraham Lincoln – 16º presidente dos Estados Unidos e responsável pela abolição da escravidão – foi profundamente influenciado pela Bíblia, que esteve presente em seu juramento de posse. Ele afirmou: “Creio que a Bíblia é o melhor presente que Deus já deu ao homem. Todo o bem do Salvador do mundo nos é transmitido por meio deste livro.”
A Bíblia não é apenas um objeto simbólico; ela carrega a história da construção de uma nação. É fascinante perceber como esse fio condutor se manteve vivo por séculos. O impacto do cristianismo transcende a esfera privada, sendo uma força orientadora em momentos decisivos da história.
Ao ver, em 2025, o presidente da nação americana jurar sobre Bíblias carregadas de história, memória e propósito, somos lembrados de que a fé e os princípios não pertencem apenas a um passado distante. Eles são o sustentáculo de uma nação que segue buscando a conexão entre o sagrado e o humano, entre a tradição e o presente. O juramento, assim, não é apenas uma promessa à nação; é um compromisso perante Deus e uma responsabilidade com a perpetuação da história.