Já parou para pensar no que está acontecendo com a geração Z (nascidos entre 1998 e 2010) e a geração Alfa (nascidos a partir de 2010)? Nunca antes na história vimos uma geração tão conectada e, ao mesmo tempo, tão solitária, fraca e doente.
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De acordo com uma pesquisa da Vittude, a Geração Z apresenta os seguintes índices alarmantes:
- 27,17% relataram sofrer de ansiedade;
- 36,48% enfrentam estresse;
- 27,49% foram diagnosticados com depressão.
Esses números são significativamente maiores em comparação com as gerações anteriores, como os Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) e a Geração X (nascidos entre 1965 e 1980). (Fonte: Lider.inc)
Outro estudo revelou que quase 33% da Geração Z já foi diagnosticada com ansiedade, indicando uma prevalência preocupante desse transtorno entre os jovens. Além disso, a Geração Z é a mais insatisfeita com os serviços de saúde comportamental, o que os leva a buscar respostas nas redes sociais – um recurso nem sempre confiável. (Fonte: Consumidor Moderno)
No Brasil, a geração Z também lidera as estatísticas de jovens “nem-nem” (que nem estudam nem trabalham). Em 2023, essa taxa foi de 21,2% para a faixa etária de 15 a 29 anos, correspondendo a 10,3 milhões de jovens. (Fonte: G1)
Além disso, segundo uma pesquisa do neurocientista Michel Desmurget, pela primeira vez na história, uma geração apresenta QI inferior ao de seus pais. Desmurget aponta como causas:
- Diminuição da qualidade e quantidade das interações intrafamiliares, essenciais para o desenvolvimento emocional e da linguagem;
- Redução do tempo dedicado a atividades enriquecedoras (lições de casa, música, arte, leitura, etc.);
- Perturbação do sono, afetando sua qualidade e quantidade;
- Superestimulação da atenção, levando a problemas de concentração, aprendizagem e impulsividade;
- Subestimulação intelectual, limitando o potencial cerebral;
- Sedentarismo excessivo, que impacta tanto o desenvolvimento físico quanto a maturação cerebral.
Como psicóloga e componente da geração Z, nascida em 1999, testemunhei de perto os desafios enfrentados por essa geração. Em meus atendimentos, é notório o aumento de crises de identidade, sexualidade, ansiedade e vocação. A busca incessante por prazer e reconhecimento nas redes sociais, somada a relacionamentos instáveis e pressões sociais, tem levado as gerações Z e Alfa a um colapso. E quem poderá resgatar essa geração de um colapso emocional e moral?
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A Agenda Woke: Solução ou Agrave da Crise?
Com a pretensão de responder às dores dessa geração, surge a agenda woke. Originalmente criada como um movimento de conscientização social contra injustiças e desigualdades, ela evoluiu para uma militância ideológica intensa, que busca moldar comportamentos e opiniões, muitas vezes confrontando valores tradicionais.
Ao tentar impor pautas ideológicas de forma rígida, cria-se um ambiente de censura e polarização. A intolerância a opiniões divergentes e o fenômeno do cancelamento social tornaram-se comuns, afetando diretamente a saúde mental dos jovens. A pressão para aderir a certas narrativas gera crises de identidade, já que muitos se veem obrigados a adotar rótulos ou posicionamentos para serem aceitos socialmente.
Em vez de promover diálogo e compreensão, a imposição dessas pautas tem gerado divisões e contribuído para o aumento da ansiedade, da intolerância religiosa, da desvalorização da família, da meritocracia e da restrição da liberdade de expressão.
O Resgate dos Valores Familiares: O Caminho para a Restauração
Diante de um mundo fragmentado e individualista, a família emerge como um refúgio e um pilar fundamental para a construção de uma geração forte e promissora. Pais presentes e participativos desempenham um papel essencial na formação de jovens resilientes e saudáveis, proporcionando orientação, afeto e limites necessários para o desenvolvimento equilibrado.
A educação baseada em valores sólidos, como respeito, empatia e responsabilidade, forma indivíduos capazes de enfrentar desafios com maturidade e integridade. Quando as relações familiares são fortalecidas, cria-se um ambiente de confiança e segurança, permitindo que os jovens se sintam acolhidos, sejam orientados e encontrem estabilidade emocional e moral.
“O resgate e o futuro de uma geração em crise estão no resgate do valor da família.”
Um ambiente familiar que promove o diálogo aberto, o acompanhamento próximo na vida escolar e a prática de atividades conjuntas fortalece os laços afetivos, contribuindo para a formação do caráter e dos princípios que guiarão as futuras gerações.
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A Resposta está em Casa
A solução para salvar essa geração não está distante: começa em casa, com famílias fortes e comprometidas a formar pessoas preparadas para enfrentar a vida. Não negligencie a possibilidade de salvar uma geração. Comece hoje o fortalecimento ou o resgate da instituição que nos protege das tempestades da vida.
Caso você não tenha tido uma família forte e comprometida com sua formação, lembre-se: chega um momento em que não importa quem foram seus pais, o que importa é quem será o pai/mãe dos seus filhos.
Cabe a nós a decisão de fazer parte ou não daqueles que irão salvar uma geração.