A Câmara Municipal de Brasilândia, cidade do interior de Mato Grosso do Sul, alvo de investigação do Ministério Público Estadual por possível uso abusivo de diárias que chegam a dobrar o salário de parlamentares chama a atenção também pelo empenho de R$ 24 mil para serviços de coffee break.
O valor consta no processo licitatório nº 000012/25, disponível no Portal da Transparência. Segundo o documento, o montante refere-se à aquisição de serviços de buffet com salgados, doces, bolos e bebidas, a serem servidos em eventos da Câmara ao longo de 12 meses. Cada unidade do serviço foi orçada em R$ 48, totalizando 500 unidades que somam os R$ 24 mil empenhados.
De acordo com a descrição da licitação, o cardápio inclui esfirra de carne, enroladinho de presunto e queijo, pão de queijo, risoles de carne e frango, kibe, além de bolo de fubá, bolo de cenoura com cobertura de chocolate, doces como olho de sogra e queijadinha. Para beber, serão oferecidos sucos naturais ou de polpa (laranja, uva, acerola, maracujá, entre outros), refrigerantes (Coca-Cola, Guaraná, Fanta) e água mineral.
A especificação técnica exige ainda a quantidade de 8 salgados, 2 fatias de bolo e 4 doces por pessoa, além de 300 ml de suco, 300 ml de refrigerante e 1 garrafa de água por participante. O serviço deve ser entregue com toalhas de tecido, bandejas descartáveis, talheres, copos e guardanapos, respeitando temperaturas ideais de consumo para cada alimento.
O contrato terá vigência de 12 meses, conforme o artigo 105 da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), e inclui fornecimento de utensílios, montagem do serviço e entrega dos alimentos nas condições adequadas.
Esse gasto se soma à polêmica já existente sobre o uso de diárias pelos parlamentares, que motivou a abertura de investigação pelo promotor Adriano Barrozo da Silva. Só em 2024, a presidente da Câmara, Maria Jovelina (PSDB), conhecida como Jô Silva, recebeu R$ 67.982,25 em diárias — mais do que o prefeito, vice-prefeito e os nove secretários municipais somados.