Francisco Cezário de Oliveira ficará em liberdade condicional e usará tornozeleira eletrônica
Francisco Cezário de Oliveira, ex-presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), terá sua liberdade restabelecida após a revogação da prisão preventiva. O ex-dirigente deve deixar o Presídio Militar de Campo Grande ainda neste sábado (14), conforme decisão judicial emitida na tarde de ontem (13).
De acordo com seu advogado, Júlio César Marques, a Justiça acatou o pedido de revogação da prisão preventiva, e Cezário será liberado sob a condição de cumprir medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de manter contato com outros investigados no esquema de desvio de dinheiro da FFMS.
O advogado informou que, assim que a prisão foi revogada, protocolou um novo pedido para garantir a soltura de Cezário ainda neste sábado, uma vez que os procedimentos de soltura no Presídio Militar não são realizados durante os finais de semana. A urgência no pedido foi motivada pela idade avançada e o estado de saúde de Cezário, que tem 78 anos. “Ele é idoso e sofre com debilidades naturais à sua condição de saúde, o que justifica uma proteção especial para evitar riscos irreparáveis”, destacou o advogado no requerimento.
O pedido foi atendido pelo plantão judiciário, que determinou a liberação imediata de Francisco Cezário. “Encaminhe-se com urgência o alvará de soltura para o oficial de Justiça plantonista”, diz a decisão judicial.
Histórico da Prisão
Cezário foi preso novamente no dia 28 de agosto, após ser flagrado realizando reuniões em sua casa, no bairro Taveirópolis, com presidentes de clubes e dirigentes esportivos, descumprindo a proibição de exercer qualquer função na FFMS. O descumprimento da medida resultou na expedição de um novo pedido de prisão preventiva.
O ex-presidente é acusado de envolvimento em um esquema que desviou aproximadamente R$ 10 milhões dos cofres do futebol sul-mato-grossense. Ele já havia sido preso em maio deste ano durante a Operação Cartão Vermelho, que investigava crimes de peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Na ocasião, Cezário permaneceu detido por 15 dias e foi solto após o agravamento de seu estado de saúde, coincidentemente no período em que perdeu sua irmã.
Além de Francisco Cezário de Oliveira, outras 11 pessoas também foram denunciadas pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) pelos mesmos crimes. O caso segue sob investigação, e novas etapas da operação devem ser conduzidas para apurar o desvio de verbas e a atuação do grupo na gestão do futebol estadual.
