O Ministério Público Estadual (MPE), por meio do promotor Adriano Barrozo da Silva, iniciou um procedimento investigatório após a denúncia de uma suposta prática de abuso de diárias pelos vereadores de Brasilândia, cidade localizada no interior de Mato Grosso do Sul. A investigação foi motivada por uma denúncia sobre o alto valor gasto com diárias pela presidência da Câmara Municipal de Brasilândia no ano de 2024.
De acordo com a denuncia, a presidente da Câmara, Maria Jovelina, conhecida como Jô Silva (PSDB), gastou até o momento R$ 67.982,25 em diárias, um valor superior ao somatório de diárias do prefeito, vice-prefeito e nove secretários municipais da cidade. Essas informações podem ser verificadas no portal da transparência do município.
Os vereadores de Brasilândia aumentaram ainda mais o valor recebido com diárias, que, somados aos salários, chegam a dobrar o rendimento dos parlamentares. O salário líquido de um vereador de Brasilândia é de R$ 4.928,96, conforme o portal da transparência. A presidente da casa legislativa, por exemplo, recebeu uma média de R$ 4,1 mil mensais apenas em diárias.
Em fevereiro a parlamentar recebeu R$ 6.054,75 em diárias, além de R$ 507,15 no mesmo mês. Em março, o valor foi de R$ 3.944,50 e, em abril, o valor retornou para R$ 6.054,75. Já o primeiro secretário da Câmara, Dr. Alexandre, recebeu os mesmos R$ 6.054,75 em fevereiro, R$ 3.550,05 em março e R$ 6.054,75 em abril.
Em resposta à denúncia, o promotor solicitou que a presidência da Câmara Municipal de Brasilândia encaminhe ao MPE toda a documentação necessária para que seja feita uma auditoria nas diárias pagas aos vereadores no ano de 2024, a fim de averiguar a legalidade e a necessidade desses gastos.