A Justiça indeferiu novo pedido de Francisco Cezário de Oliveira para anular a eleição que confirmou Estevão Petrallas como presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). A decisão, assinada pelo juiz Giuliano Máximo Martins, da 2ª Vara Cível de Campo Grande, valida a destituição do ex-dirigente e representa mais um revés para Cezário, que tenta reaver o cargo por meio de medidas judiciais desde que foi afastado, em meio a investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado).
Na decisão liminar, o magistrado considerou improcedentes os argumentos apresentados por Cezário, que alegava ilegalidade na condução do processo que levou à sua destituição. Segundo ele, a FFMS teria se baseado exclusivamente na investigação criminal, sem abrir procedimento administrativo próprio. O Gaeco apura um esquema de desvio de cerca de R$ 10 milhões na entidade, supostamente liderado por Cezário, que presidiu a Federação por quase três décadas.
Apesar da argumentação da defesa, o juiz pontuou que “não se verifica presente também o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, pois o autor encontra-se afastado de suas funções, tanto por determinação do Juízo Criminal, quanto pela CBF – Confederação Brasileira de Futebol”. Assim, indeferiu o pedido de liminar para anular a eleição de Petrallas e reintegrar Cezário ao cargo.
O processo, contudo, seguirá o trâmite regular. O magistrado deu prazo de 15 dias para que tanto a FFMS quanto o ex-dirigente apresentem alegações finais.
Eleição sob contestação
A eleição que consolidou Estevão Petrallas como presidente da FFMS ocorreu na segunda-feira (7), em Assembleia Geral Extraordinária realizada no Grand Park Hotel, em Campo Grande. A reunião contou com a presença de representantes dos clubes filiados à entidade. Seis candidatos disputaram o pleito: Américo Ferreira da Silva Neto, André Delgado Baird, Antonio Vieira Cesário da Cunha, Estevão António Petrallas, Marco Antônio de Araújo e Paulo Sérgio Teles.
Com apoio majoritário dos filiados, Petrallas, que já atuava como presidente interino desde a saída de Cezário, foi eleito de forma definitiva. A posse representa a consolidação de uma nova fase na administração da federação, após anos sob o comando de Cezário, marcado por denúncias e investigações.