A 6ª Vara Criminal de Campo Grande agendou as audiências de instrução e julgamento da ação penal contra Francisco Cezário de Oliveira, 78 anos, presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), e outros 11 réus acusados de desviar R$ 10 milhões
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O grupo responde por crimes de peculato, organização criminosa e furto qualificado.
O juiz Márcio Alexandre Wust, responsável pelo caso, rejeitou mais de 20 pedidos apresentados pelas defesas, incluindo a anulação de interceptações telefônicas, medidas cautelares e até o próprio processo. Também foram negadas obrigações como absolvição sumária, apresentação de auditorias e transações financeiras da FFMS, exibição de prestação de contas e devolução de celulares apreendidos.
A decisão do magistrado foi publicada no Diário Oficial da Justiça estadual na última quinta-feira (23). Com isso, as audiências estão concluídas para os dias 24 de fevereiro; 10, 24 e 31 de março; 7, 14 e 28 de abril; e 5 de maio, sempre entre 13h30 e 18h, realizada por videoconferência.
Operação Cartão Vermelho
A denúncia de 253 páginas foi apresentada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), no âmbito da Operação Vermelho. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), os recursos desviados foram repassados à FFMS pelo Governo do Estado, por meio da Fundesporte, e pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Durante o cumprimento de mandatos de busca e apreensão, foram encontrados R$ 800 mil em espécie na residência de Cezário. O dirigente alegou que o valor seria resultado de suas economias ao longo de 70 anos de vida. Após sua prisão preventiva, decretada pelo juiz Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, da 2ª Vara Criminal, Cezário sofreu um princípio de infarto e foi internado no Hospital da Cassems.
Acusações e réus envolvidos
Além de Cezário, o Gaeco denunciou outras 11 pessoas, incluindo quatro sobrinhos do presidente da FFMS: Aparecido Alves Pereira, Francisco Carlos Pereira, Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira e Umberto Alves Pereira. Também foram denunciados Valdir Alves Pereira, Rudson Bogarim Barbosa, Jamiro Rodrigues de Oliveira, Marcos Antônio Tavares, seu filho Marcos Paulo Abdalla Tavares, Luiz Carlos de Oliveira e Marco Antônio de Araújo.
O Ministério Público Estadual solicita que a sentença fixe um valor mínimo de R$ 20 milhões para peças de reposição de danos. Deste montante, R$ 10 milhões prejudicados aos prejuízos materiais sofridos pelo Estado de Mato Grosso do Sul e pela FFMS, e os outros R$ 10 milhões seriam destinados a indenizações por danos morais coletivos.