A Justiça determinou a liberdade de oito dos 11 presos na Operação Malebolge, que investiga um esquema de corrupção na educação nos municípios de Água Clara e Rochedo

A decisão, publicada no Diário da Justiça nesta segunda-feira (24), estabelece medidas cautelares e o uso de tornozeleira eletrônica para os acusados.
Os beneficiados pela decisão incluem Fernando Passos Fernandes, filho do prefeito de Rochedo, Arino Jorge (PSDB), e servidor da Diretoria de Licitações; Denise Rodrigues Medis, ex-secretária de Finanças de Água Clara; os empresários Douglas Geleilaite Breschigliari, Mauro Mayer da Silva, Izolito Amador Campagna Júnior, Luciana Mendes Carneiro e Fabrício da Silva; além de Renato Franco do Nascimento, servidor municipal da Diretoria de Licitações. Ainda permanecem presos o servidor de Rochedo Celso Souza Marques e dois servidores de Água Clara, sem informação sobre eventual liberdade.
Operação Malebolge
A ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), com o objetivo de cumprir 11 mandados de prisão preventiva e 39 de busca e apreensão em Campo Grande, Água Clara, Rochedo e Terenos. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) apontou que o esquema fraudava contratos na educação, resultando em desvios superiores a R$ 10 milhões. Água Clara é administrada por Gerolina Alves (PSDB) e Rochedo, por Arino Jorge (PSDB).
As investigações indicam que o esquema envolvia pagamento de propinas a servidores para fraudar licitações na área da educação. Os servidores atestavam a entrega de produtos e serviços que nunca foram realizados, facilitando a emissão de notas frias e acelerando pagamentos a empresários.
O nome da operação, “Malebolge”, faz referência à “Divina Comédia”, de Dante Alighieri. Na obra, Malebolge é a região do inferno onde fraudadores e corruptos são punidos.
Origem da investigação
As fraudes vieram à tona após a apreensão de celulares na Operação Turn Off, que revelou um esquema de corrupção envolvendo R$ 68 milhões em desvios nas áreas da saúde e educação. Empresários, secretários municipais e servidores públicos estão entre os investigados.