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    Justiça pode determinar mudança da JBS para o Núcleo Industrial devido a mau cheiro

    Após anos de reclamações e processos judiciais, a unidade da JBS em Campo Grande pode ser obrigada a se mudar para o Núcleo Industrial caso não resolva o problema do forte odor que afeta moradores da região. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) levou o caso à Justiça após a empresa se recusar a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e denúncias serem feitas até no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

    Mais de 200 ações na Justiça

    O problema do mau cheiro gerado pela JBS afeta principalmente os bairros Nova Campo Grande e Jardim Carioca, onde moradores relatam sintomas como dores de cabeça, enjoos e vômitos. Com mais de 200 ações individuais e um inquérito civil que constatou as irregularidades, o MPMS entrou com uma Ação Civil Pública pedindo providências imediatas.

    Entre as medidas solicitadas, caso a permanência da empresa seja inviável, está a realocação da unidade de produção de farinha para ração animal — ou até mesmo toda a planta produtiva — para o Núcleo Industrial, no bairro Indubrasil, dentro do prazo de um ano.

    Exigências imediatas para reduzir o odor

    Enquanto o processo corre, o MPMS pede que, em até 60 dias, a empresa:

    Repare possíveis falhas no sistema de exaustão;

    Plante uma cortina de árvores ao redor do terreno para reduzir a dispersão do odor.

    Além disso, a JBS terá quatro meses para apresentar um projeto técnico de cobertura e vedação das unidades que mais emitem gases com mau cheiro. O plano precisa ser aprovado pelo Imasul e executado integralmente em até seis meses.

    A ação também estipula um valor de R$ 100 mil para fins fiscais e processuais.

    MPMS foi cobrado por falta de ação

    A lentidão na resolução do problema gerou críticas ao MPMS. Em fevereiro deste ano, um morador denunciou ao CNMP a falta de respostas concretas por parte do órgão. A reclamação foi reforçada por uma família que processou a JBS alegando que a empresa continua funcionando normalmente, sem qualquer punição ou solução definitiva para o problema.

    Após fiscalizações recentes, o Imasul confirmou a continuação do forte odor e determinou novas providências à JBS. Relatórios técnicos apontaram que falhas estruturais permitem a dispersão dos gases e que, sem a devida correção, a poluição do ar continuará causando transtornos à população da região.

    O caso segue na Justiça, e a expectativa é de que a empresa seja forçada a adotar medidas mais rigorosas para minimizar os impactos ambientais e à saúde pública.

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