Em janeiro de 2015, a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB/MS) realizou uma cerimônia com a presença de autoridades para lançar as obras de um auditório que prometia se tornar um grande centro para eventos intelectuais e culturais no estado.
O projeto, que previa uma estrutura para receber quase mil pessoas e tinha estimativa de gerar até R$ 500 mil anuais em locação, acabou abandonado e gerou prejuízo aos advogados.
Os primeiros trabalhos no terreno custaram cerca de R$ 25 mil na época, valor que corrigido para hoje ultrapassaria os R$ 51 mil.
No entanto, um ano e meio depois, a obra foi cancelada durante a gestão de Mansour Karmouche, então vice-presidente no lançamento. O local onde o auditório deveria ser construído foi preenchido com concreto, e posteriormente transformado em estacionamento, um projeto que exigiu outros R$ 142 mil.
No total, somaram-se quase R$ 300 mil investidos apenas na abertura e no abandono do projeto.
A falta de explicação sobre o destino de materiais de construção adquiridos e a decisão de não seguir com a obra geraram críticas, especialmente porque a OAB/MS tem uma das anuidades mais altas do país.
Para muitos advogados, a má gestão financeira das últimas administrações reflete uma desconexão entre a diretoria da entidade e os interesses dos advogados, que enfrentam dificuldades financeiras para manter suas anuidades em dia.
Com um orçamento anual que gira em torno de R$ 20 milhões, proveniente das anuidades pagas por cerca de 20 mil advogados inscritos, a OAB/MS está sendo questionada pela falta de transparência e por decisões que impactam diretamente os profissionais que financiam a instituição.